A presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), juíza Maria Rosinete dos Reis, recebeu das mãos do desembargador Arquilau de Castro Melo uma péla de borracha que faz parte da história do Poder Judiciário acreano. A peça feita por um soldado da borracha foi utilizada, em 2003, como um requerimento, em que o autor, na época, pedia o reconhecimento da sua aposentadoria.
O “documento” aceito pelo magistrado, que na data do pedido era presidente do Tribunal de Justiça do Acre, acabou ficando com o item em acervo pessoal. A bola de borracha será cedida por 12 meses ao museu do Supremo Tribunal Federal (STF).
No requerimento, escrito na péla para demonstrar que fazia jus ao benefício previdenciário, possuía a seguinte inscrição: “José Julião de Almeida 58 Anos de Seringa. Não fui aposentado pelo soldado da borracha”.
Julião buscou provar que fazia parte do regimento de homens enviados pelo governo brasileiro à floresta amazônica para retirar o látex das seringueiras como parte do esforço dos aliados contra o nazismo, na 2ª Guerra Mundial, para manter o fornecimento do material usado na indústria.
“Esse requerimento pedindo a aposentadoria é uma peça que tem um simbolismo muito forte”, afirmou o desembargador.
Rosinete agradeceu a Arquilau pelo apoio em divulgar a história do Acre e da Justiça acreana. “É uma honra muito grande estar aqui representando os colegas, representando a nossa presidente Waldirene Cordeiro, recebendo de suas mãos a história do Acre e da Justiça acreana registrada em uma péla de borracha de senhor Julião, o autor do pedido de aposentadoria, que pode se sentir parte da história de nosso Tribunal que será levada para o museu do Supremo Tribunal Federal para que a nação brasileira conheça essa obra”, finalizou.
