O presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), Gilberto Matos, homenageou a história e a carreira da magistrada mais antiga em atividade, a desembargadora Eva Evangelista, durante sessão solene realizada pela Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na manhã desta quinta-feira, 29.
A celebração especial a Eva Evangelista, promovida pelo Poder Legislativo, foi proposta pelo deputado estadual e juiz de sempre, Pedro Longo, comemorando os 49 anos de exercício da magistratura e as contribuições significativas ao Judiciário acreano.
Estiveram presentes na solenidade diversas autoridades, entre elas membros da Defensoria Pública, da Procuradoria do Estado, do Ministério Público e o governador Gladson Cameli. Presentes em peso estavam juízes e desembargadores.
A cerimônia foi marcada por discursos emocionados e demonstrações de respeito e admiração pela primeira mulher a receber a investidura de juíza no estado.
No discurso, Pedro Longo destacou a importância do evento: “Falar da desembargadora Eva é, talvez, como falar de uma amiga, de uma pessoa plenamente conhecida e reconhecida pela sociedade acreana”.
Ele realçou também a facilidade dela se reinventar ao longo das décadas: “Ela começou com a máquina de escrever, acompanhou a digitalização e, hoje, é uma das maiores incentivadoras. Isso é algo difícil de encontrar em qualquer lugar do país”.
Em seu momento de fala, o presidente da Asmac, Gilberto Matos, enfatizou a contribuição da magistrada para a atuação do Poder Judiciário. “Sua atuação firme e equilibrada sempre foi uma inspiração para os magistrados do nosso Estado. Uma jovem que ingressou na magistratura acreana, sem imaginar o imenso legado que deixaria ao longo de quase cinco décadas de serviço. Estamos falando da nossa decana, da desembargadora Eva Evangelista”, explicou.
O representante da Associação ainda apresentou um vídeo em homenagem à trajetória dela.
A presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJAC), desembargadora Regina Ferrari, ressaltou a trajetória pioneira de Eva Evangelista e os desafios desde o início, como “subir as barrancas do rio descalça, carregando sandálias na mão. Uma líder marcante, especialmente no combate à violência contra a mulher, a desembargadora se tornou um símbolo de justiça e inclusão”.
Eva, ao agradecer pela homenagem, reforçou seu compromisso com a justiça: “Este reconhecimento é resultado de anos de dedicação, mas também de um trabalho em equipe, onde cada membro do Judiciário desempenha um papel fundamental para que a justiça seja efetiva e imparcial. Estou imensamente feliz e grata com tudo que ouvi neste plenário hoje. Agradeço aos deputados, ao governador do Acre, a todos os magistrados, a todos que me acompanharam nessa caminhada e, sem dúvida, a toda a minha família. Gratidão”, disse.
Segundo ela, “a humildade deve ser o pilar da nossa sustentabilidade, da nossa sustentação, da sustentação da sociedade”, ressaltando que as relações interpessoais precisam ser aprofundadas. Ela enfatizou que “quanto mais nós estivermos conectados com o outro, interligados, nada mais somos do que elos, desrelaxados”.
Evangelista mencionou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em posições de destaque: “Eu estava tão ocupada trabalhando que não tive tempo de perceber o preconceito que poderia existir pelo fato de ser mulher”, enfatizou.
Ao final da solenidade, a desembargadora foi agraciada com uma Moção de Aplausos pelos 49 anos de serviços prestados ao Judiciário.
